Com muito pesar comunicamos o falecimento do professor Alvaro Araujo, ex-professor da Escola Rio Caté, nos tempos que a escola funcionava no prédio do CAIC. Aliás, ele foi um dos fundadores da escola.
Lembro da simplicidade e da solicitude do professor Alvaro, já professor da UFPA, lecionando no ensino fundamental (isso mesmo, fundamental!) e médio da Rio Caeté. Voz calma, pausada. Sempre tão educado, impecável, elegantemente vestido...
Álvaro Luiz Teixeira de Araújo
Nasceu em Bragança (PA)
a 20 de julho de 1945. Filho de Edésio Casemiro de Araújo e Nilde
Teixeira de Araújo, descendente, pelo lado materno, de antiga família
bragantina. Fez o curso primário no Grupo Escolar "Monsenhor Mâncio
Ribeiro" e iniciou o curso secundário no Instituto Santa Teresinha,
transferindo-se depois para o Colégio do Carmo, em Belém do Pará, onde
terminou o ginásio e fez o curso científico. O gosto pela escrita
manifestou-se nesse período, quando integrou um grupo de alunos que
publicou um jornal no colégio.
Em 1963, no último ano colegial, iniciou sua atividade profissional como repórter do Jornal do Dia na
Assembleia Legislativa do Pará, onde conviveu com figuras importantes
da política paraense - Dionísio Bentes de Carvalho, Ubaldo Corrêa, Ney
Peixoto, Benedicto Monteiro e Hélio Gueiros então, líder do governo
Aurélio do Carmo na Assembleia Legislativa.
Em 1964 fez o primeiro
ano de Direito na Universidade Federal do Pará (UFPA), logo abandonando
os estudos jurídicos para seguir o curso de Letras. No ano seguinte,
começou a atuar no ensino público como professor de língua portuguesa e
literatura nas escolas estaduais de Belém como Souza Franco e Instituto
de Educação do Pará (IEP).
Concluído o curso
universitário, viajou para a Europa, onde passou cerca de sete anos;
inicialmente, em Paris, trabalhou em hotéis, cursou Linguística Geral e
Linguística Africana na Universidade de Paris VII (Sorbonne Nouvelle),
frequentou as livrarias, cafés e boates da Rive Gauche. Em 1971, graças
a uma bolsa de estudos do governo espanhol, fez o curso de pesquisador
em Linguística no Instituto de Cultura Hispânica, em Madri. A seguir,
vai para Londres, onde trabalha em restaurantes até conseguir emprego
como tradutor numa pequena empresa, passando depois para o Eurobraz -
European Brazilian Bank. Viajou intensamente, passando temporadas em
Estocolmo, Lisboa e Marrocos.
Volta a Belém, em 1977, indo trabalhar como repórter em O Liberal.
No ano seguinte promoveu, sem sucesso, uma campanha pela preservação
das locomotivas a vapor, fabricadas na Inglaterra no início do século
XX, da extinta Estrada de Ferro Bragança (E.F.B.), colocadas à venda
pela Rede Ferroviária Federal. Apesar do abaixo-assinado encaminhado à
Presidência da República, com mais de 4.000 assinaturas, esse
patrimônio histórico paraense foi liquidado. Seria para a criação de um
museu da E.F.B. Passou a trabalhar no jornal O Estado do Pará, lecionou no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos.
Em 1981 retomou suas
atividades como professor, atuando no Sistema Modular de Ensino de 2º
Grau da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), nos municípios de
Curuçá, Nova Timboteua, Igarapé-Açu, Igarapé-Mirim e, depois em Belém
(Escolas Estaduais Arthur Porto e Deodoro de Mendonça), exercendo
também a função de técnico da SEDUC.
Participou de concursos
literários, obtendo o 1º e 3º lugares no Concurso de Poesias promovido
há vários anos pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará
(SINTTEP) - o poema Destino (1º lugar) foi publicado no jornal Leviatã, do Rio de Janeiro. Seu conto Meu querido e as outras mulheres, prêmio de publicação, saiu no volume 13 Contistas da Amazônia referente ao I Concurso de Contos das Universidades do Norte, promovido pela Universidade Federal do Pará.
Nos anos 90 fez o
Mestrado em Letras (Linguística e Teoria Literária) pela Universidade
Federal do Pará e tornou-se o primeiro professor concursado de
Linguística do quadro permanente do curso de Letras no Campus de
Bragança/UFPA. Foi professor fundador da Escola Rio Caeté (CAIC) e
coordenador do Campus.
Obteve
o prêmio de Menção Honrosa no concurso literário 1997 da Academia
Paraense de Letras (APL) pelo conjunto de poemas intitulado Trajetória, por iniciativa do correspondente literário municipal da APL em Bragança, Karleno Lúcio Castro Castelo Branco.
Em 2000 saiu candidato a vereador de sua terra natal mas não foi eleito.
No ano passado, recebeu homenagem da comunidade acadêmica bragantina:
Extraido de http://joaojorgereis.blogspot.com.br/2012/11/alvaro-luiz-teixeira-de-araujo.html